A VILA ESTÁ DE LUTO...



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foto: Geslline Braga


É com grande pesar que comunico o falecimento do grande Mestre Maé da Cuíca.
Nossa vila está de luto, já com muitas saudades do homem que trouxe o samba e o Carnaval para nossa cidade.

Maé foi homenageado na primeira edição do SAMBA DA TRADIÇÃO na Sociedade 13 de Maio.

A imagem que levamos, é dele sorridente, junto com D. Teresinha, feliz em ver a continuidade e o reconhecimento dos seus parceiros e parceiras de samba e de luta. Reconhecimento que a ingrata Curitiba, nunca deu a seus filhos mais nobres.

Com certeza, ele já nos observa lá do alto, certo de que agora é a hora de descansar para depois nos iluminar com sua alegria e espírito de luta.

SALVE MESTRE MAÉ DA CUÍCA!




Morre o grande Mestre Maé da Cuíca



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Terezinha (companheira de longos anos), Cláudio Ribeiro (parceiro e amigo) e Mestre Maé.


O sambista Ismael Cordeiro (Mestre Maé da Cuíca), conhecido pela influência no samba paranaense, morreu nesta sexta-feira (21), aos 85 anos, no Hospital da Policia Militar, em Curitiba. Maé da Cuíca, fundador da primeira escola de samba de Curitiba, em 1945, a Escola de Samba Colorado. Um dos maiores sambistas da nossa terra, Maé é uma lenda, personagem central da história do samba e do Carnaval na capital paranaense.

Cidadão Samba

A história dos sambas-enredo no Paraná começa em 1932. Ismael Cordeiro, então com cinco anos, já era um pia, como se diz no Paraná, um agitador. Tomou a dose e passou mal, a ponto de fazer com que seu pai, ferroviário em Ponta Grossa, tivesse que levá-lo de vagonete para Curitiba no meio da noite. Ficou em tratamento por alguns dias, tempo suficiente para que o quilômetro 108 da ferrovia – um pátio de manobras de trens anexo à ferroviária – tivesse um novo trabalhador e Curitiba um dos seus primeiros sambistas.
A família Cordeiro se instalou na Vila Tassi (Vila que tem a homenagem em samba do seu parceiro Cláudio Ribeiro), já reconhecida por abrigar trabalhadores ferroviários que tinham no samba o momento de descontração.

Como ele dizia: “quietinho, os pías batendo e cantando. Passou o tempo e fui gostando da coisa. Na hora em que eles paravam para tomar o gorozinho eu batia no tamborim”, disse Cordeiro, que aos 84 anos ainda faz questão de calçar indefectíveis sapatos brancos.

E toda tarde tinha samba na Vila Tasse. A casa de Ismael Cordeiro, que começava ali a virar o Maé da Cuíca, ficava onde hoje é o Moinho Anaconda. “Nunca estudei música, não entendo nada de música, mas um dia aprendi”, explica Maé, em meio a quadros e troféus de carnavais passados.

Vila Tassi e a Escola de Samba Colorado. Berço do samba curitibano, fundada em 1946, a Escola de Samba Colorado formou batuqueiros de todos os matizes e levou à avenida alguns dos mais belos enredos já compostos na terra dos pinheirais. Em seus 60 anos de história a agremiação fundada por Ismael Cordeiro, o Maé da Cuíca, cresceu, superou barreiras sociais, conseguiu feitos inimagináveis e conquistou lugar de destaque na história do carnaval paranaense e brasileiro.

Além de formar grandes batuqueiros e semear o samba na cidade, a agremiação boca-negra deu frutos aos primeiros grupos de samba a tocar na noite de Curitiba – como o Partido Alto Colorado e o Maé Samba Show.

Em 1977 quando Cartola (Agenor de Oliveira) ouviu “Não Vou Subir”, que os curitibanos Homero Reboli e Cláudio Ribeiro inscreveram-se para o Festival de Novos Compositores, promovido pela Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e Riotur, não teve dúvidas: não só elogiou o samba como estimulou seus autores a inscrever outras músicas nesta promoção destinada a escolher cinco melhores composições, que junto com sete outras finalistas seriam gravadas num elepê. Resultado: Homero e Cláudio acabaram tendo quatro músicas inscritas no Festival e foi exatamente o Mestre Maé da Cuíca com seus “batuqueiros” que foi defender os sambas no Rio de Janeiro. Sucesso. De forma emocionante, Maé conseguiu empolgar a direção da agremiação, seus componentes, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho e o proprio Cartola entre outros. Resultado: Homero e Cláudio ganharam o festival e tiveram o direito de pertecerem a ala de compositores da escola e o Mestre Maé marcar seu nome definitivamente na história da música popular brasileira.
Maé da Cuíca esta sendo velado na Capela do Cemitério Municipal do Água Verde.

O sepultamento será neste sábado (22) ás 13 horas no mesmo Campo Santo.

Cáudio Ribeiro
BRASIL CULTURA
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